(In)aceitabilidade do padrão de colocação dos pronomes clíticos no português brasileiro por falantes escolarizados
DOI:
https://doi.org/10.26334/2183-9077/rapln10ano2023a14Palavras-chave:
Português brasileiro, pronomes clíticos, colocação pronominal, teste de juízos de aceitabilidadeResumo
O português brasileiro prioriza a colocação pré-verbal (próclise) dos seus pronomes clíticos. No entanto, a colocação pós-verbal (ênclise) não foi excluída por completo dessa variedade, sendo adquirida por meio da escolarização. Este estudo objetivou avaliar a aceitabilidade das diferentes possibilidades de colocação dos clíticos em frases com e sem proclisadores – elementos que, segundo a tradição normativa (baseada no português europeu, cujo padrão de colocação observa restrições sintáticas), desencadeiam a próclise (ao passo que se obtém a ênclise na sua ausência) – por meio de uma tarefa de juízos de aceitabilidade com uma escala de seis pontos aplicado a falantes nativos do português brasileiro que tivessem concluído pelo menos o Ensino Médio. Os resultados demonstraram que, ainda que os itens com próclise tenham sido mais bem avaliados do que os que continham a ênclise, a colocação enclítica foi avaliada acima do ponto central da escala usada no estudo, indicando que é, também, uma colocação aceitável pelos falantes. Conclui-se que, embora o ensino da ênclise nas salas de aula apresente aos alunos regras similares àquelas que se observam na sintaxe do português europeu, não parece desenvolver neles o conhecimento sintático restrito a cada possibilidade de colocação dos clíticos, muito provavelmente pelo facto de o português brasileiro ser a variedade oral em uso nas escolas e as regras (e a sua aplicação) ficarem restritas à modalidade escrita.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Ronan Pereira
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution License que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para disponibilizar a versão do texto publicada na RAPL em repositórios institucionais ou outras plataformas de distribuição de trabalhos académicos (p.ex. ResearchGate).